terça-feira, 31 de março de 2009

Ambiguidade Conformista

"...you have some kind of nerve, taking all I want..."

"O Homem Do Meio conformou-se!" - Gritavam as primeiras páginas dos jornais.
E por algum tempo esse fui eu, Homem "Conformado" do Meio. Mas, nos dias que correm, não sou nada mais que uma intermitência de conformismo. Tudo depende da minha fase de disposição. De como me sinto. E ultimamente tem sido difícil envergar o meu escudo de Aquiles...

De qualquer maneira, conformado ou não, serei sempre o "meio termo". O medo assim me fez. Assim me tornou.

Não consigo viver na ponta da vida. Não consigo arriscar...

Não arrisco demasiado, porque se sair derrotado, a desilusão será menor. Mas arrisco, pouco que seja, para não me arrepender mais tarde de não ter tentado. E assim continuarei, não porque o resultado tem sido bom, mas porque o receio não me permite mais.

O que poderia fazer? Lutar contra mim próprio. Superar o medo. Agarrar oportunidades. Fazer a minha própria sorte. Apostar mais. Arriscar mais. Ser feliz e seguro de quem sou e daquilo que faço.

Não é fácil, mas também não será impossível. Não caminho sozinho. O tempo ensinou-me a procurar pelos melhores companheiros possíveis. E a todos agradeço...

...a todos. A ti também...e a ti...tu, aí, sim...aí atrás, o homem de vestido, tu também, mas não te habitues...e a ti, vá...e a ela, pela sinceridade, talento e definitivamente pela amizade, ainda tenra, mas muito apreciada.

Eu sou o Homem Do Meio. Conformei-me e arrependi-me. Até um dia

Tudo aquilo que o José Castelo Branco fez bem...

(som de mosca a voar num vazio imenso...)

sexta-feira, 27 de março de 2009

Cinema Medíocre? Nada disso. Seven Pounds

"In seven days, God created the world. In seven seconds, I shatered mine..."

De todos os filmes que já me tocaram, este tocou-me bem cá dentro. E eu percebo. A ideia é nobre. O propósito digno.

Como consegue alguém viver, com a morte de 7 pessoas aos seus ombros? Que crueldade é esta que poupa aquele que é a causa de um acontecimento trágico, e o deixa viver com este peso? Eu não suportaria. Nem ele o fez. O ter sobrevivido nada mais foi do que uma segunda oportunidade de reequilibrar o mundo, para reparar todo o estrago causado. Ficar agradecido foi a única coisa que não lhe passou pela cabeça.

Ajudar 7 estranhos a mudar de vida. Alterar drasticamente as suas circunstâncias. Despedir-se de tudo aquilo que é seu, para o usar e cumprir o seu plano. Terminar com o inevitável. Terminar com o fim que deveria ter sido o seu ao princípio.

A todos aqueles que ainda não o viram, por favor façam-no.
É daqueles filmes onde o sentimento altruísta é de tal modo forte, que inspira.

Seven Pounds
Realizador: Gabriele Muccino
Com: Will Smith, Rosario Dawson, etc

Eu sou o homem do meio. Eu fui inspirado. Até um dia

quinta-feira, 26 de março de 2009

You, someone...

Hoje a força de vontade foi mais forte que a falta de imaginação...

Please tell me who you are
Let me know what you feel
Let me dream about us
I'll try my best to make it real

I know there's someone
To keep me up at night
To make me smile for a week
To show me love's might

You'll stand out in the dark
And, as apart as we can be,
no matter where we are,
You'll be the only voice to me

I want someone to go home to
Someone to talk to me without words
To lift me up with a single smile
To kill every shred of sadness with a kiss

Anyway, maybe it's not the time, the place, the me...
I'll wait for you, for someone...

Eu sou o homem do meio. Eu espero. Até um dia

segunda-feira, 23 de março de 2009

The Game of Love

É daqueles jogos que toda a gente gostaria de saber jogar...
É um tipo de Poker, onde se tiram as cartas e se joga só com bluff.
É um tipo de Pictionary, mas sem os desenhos.
É muito parecido com um Monopólio...mas despido de qualquer peça que o identifique.
Algumas parecenças com o Trivial Pursuit, mas com perguntas e respostas através de sinais muito ténues (esqueçam os cartões!).
Tem dias em que usa as bases do Solitário. Nos outros é um Xadrez onde só se usa o rei e a rainha, um de cada lado, ao som de um tango tocado a violino.
Na maioria dos casos é um Quem é Quem?, onde a figura mistério é sempre a mesma, e até de costas sabemos quem é.
Tem algumas coisas de Batalha Naval, até porque se não formos correspondidos vamos ao fundo.
Se a coisa corre mal, ficamos a jogar UNO, com cartas na mão que davam para fazer uma réplica do oceanário.
Tem uma pitada de Sabe Mais Que Um Miúdo de 10 Anos?, com a diferença de que saber mais que um miúdo de 10 anos não serve de nada.

Com um não que afinal queria dizer sim; com um sim que afinal queria dizer "é melhor não"; com sinais que não estavam lá, não demos por eles...mas devíamos; mover de mãos, mexer de cabelos, coçar de bochechas, suspiros, abrir de olhos, beicinhos, tremeliques, ranger de dentes, olhares insistentes, piadas secas, toques subtis, sussurros...e mais um conjunto enorme de sinais que precisavam de um Dan Brown para decifrar.

Digam-me...com estas regras da treta...como é que eu posso saber jogar?

Eu sou o homem do meio. Sou viciado nisto. Ate um dia.

domingo, 22 de março de 2009

sexta-feira, 20 de março de 2009

Your friendly neighbour, Man In The Middle

Quando criei este blog, criei um alter ego. Criei esta personagem que, embora a natureza do mundo o torne complicado, permanece incorruptível. Criei um ser que faz o bem, mas não qualquer um, apenas aquele que segue os seus próprios padrões morais. Fazer o bem seguindo qualquer outra figura acabaria indubitavelmente por se tornar maléfico. É nela que me projecto, sem grandes filtros, nesta máscara que me torna confiante do indivíduo que sou.

Ainda é recente, esta minha segunda cara, mas já lhe agradeço tanto. É na sua casa que partilho com toda a gente aquilo que sinto e que penso, sem o constrangimento de um discurso ao vivo, e muito menos exposto ao inevitável confronto com as reacções espontâneas alheias. É com ela que chego mais longe, mais rápido, mais forte.

O "Man In The Middle" faz com que esta tarefa de mostrar a toda a gente o meu verdadeiro eu se torne fácil. Não indolor, porque vasculhar no nosso âmago trás dor e melancolia, enquanto nos obrigamos a visitar o nosso passado, despertando uma nostalgia incontornável sobre tudo aquilo que deixámos.

De qualquer maneira, sendo eu ou o meu alter ego, andarei sempre por aqui. Ajudando aqueles que de mim precisam. Olhando por todos os que me rodeiam. Fazendo aquilo que posso para seguir um bom caminho.

Eu sou o homem do meio.Quando de mim precisarem, olhem para o céu. Até ao dia.

segunda-feira, 16 de março de 2009

...luta hoje para não teres de lutar mais...

Tétis, mãe de Aquiles, ao saber que a armadura do seu filho teria sido capturada pelos inimigos troianos, implorou ao deus Hefaestus que forjasse uma substituição. Segundo Homero, o escudo seria largamente ilustrado, representando tanto as coisas mundanas, da Terra, como os signos do Zodíaco.

Das várias interpretações sobre os motivos do escudo, há uma que me suscitou interesse.
Preenchido com ilustrações sobre a vida quotidiana de qualquer cidadão, o escudo serviria, não só para proteger o seu portador, mas também para relembrar todos os soldados sobre aquilo que estariam a proteger. A vida que teriam se dali saíssem vivos. Mas acima de tudo, a paz.

O facto de estarem a lutar com o objectivo de recuperarem a sua antiga vida junto dos seus entes queridos, significava o lutarem para não o terem de fazer mais.

Luta hoje para não teres de lutar outra vez


E agora pergunto...não é isso que fazemos todos os dias? Não lutamos por uma vida melhor, estável, sem problemas, sem guerras ou conflitos? Não estaremos nós a lutar para que um dia não o tenhamos de fazer?

Na minha opinião, um "claro" adequa-se perfeitamente. Eu luto para mudar aquilo que está mal. Quem sabe um dia não tenha de o fazer mais.

Eu sou o homem do meio. Eu tenho um escudo de Aquiles. Até um dia.

sexta-feira, 13 de março de 2009

O homem do meio diz...

"...I've been travelin' on this road too long, just tryin' to find my way back home, but the old me's dead and gone, dead and gone..."

Toda a gente muda. Para melhor. Para pior. Para um meio termo. Eu mudei, mas não consigo dizer para onde fui. Depende de quem me viu, de quem me vê. Espero não ter mudado para pior, e toda esta esperança é para mim um bom sinal...

...eu mudei. E agradeço o choque, a desilusão, a força que precisei quando mais não havia. Inevitavelmente fiquei a saber que era capaz de tanto, era capaz de conseguir tanto. Superei-me. Surpreendi-me. Aterrei de cabeça numa dura realidade. E foi isso que mais me fez mudar.

Nada temos que seja certo. Não vale a pena planear o amanhã.

De qualquer maneira e contra todas as hipóteses, agradeço aquilo por que passei. Fiquei mais forte, mais sábio, e, definitivamente, descobri aquilo de que era capaz. Mais importante ainda, descobri com quem podia contar.

Eu sou o homem do meio. Eu mudei. Até um dia.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Uma rima meio estrangeira - Parte 1

Reneguei para o dia de hoje um texto, quando ontem a vontade de escrever era muita. Hoje, o homem do meio está mais para baixo do que era suposto, e, sendo assim, não irei arriscar.
Noutro dia em que o homem do meio não se sentia na plenitude das suas faculdades medíocres, eis que saiu um texto, meio rimado, meio estrangeiro, meio forçado, mas totalmente sentido, que aqui segue.

Please, sing this song to me
So I can remember who I am
Help me find my way again
Or show me someone who can

Don't make any questions
Don't make me lie, because I might
I don't want to talk about the ones I've left behind
Don't want to say that I'm not alright

Just show me the right path
So I can continue my lonely suffering
Show me one that is hard to walk
Show me one that nobody's taking

Then I'll thank you for your time
For worrying about a stranger like me
I shall walk alone once more
With the road as my friend to be



Eu sou o homem do meio menos a meio que no meio. Até um dia.

sábado, 7 de março de 2009

As fantásticas aventuras do Magalhães

Eu até gostava de fazer umas perguntinhas...coisa rápida, aos senhores do Governo, e se calhar, já que levo balanço, aos senhores da J.P. Sá Couto. Não tendo nem meios nem paciência, vão já por aqui que é mais rápido.

O Magalhães é suposto ser uma ferramenta didáctica para os mais pequenos, não é?
E os mais pequenos gostam muito de jogar, não é?
E se os mais pequenos que têm um Magalhães vão passar muito tempo a jogar, era boa ideia os ditos virem com um português livre de asneirada, não é?
Pois...
Então, se calhar, e isto sou eu a atirar coisas para o ar, convinha arranjarem joguinhos que não tivessem sido traduzidos por um emigrante portuga em França, com a 4ª classe, que deixa crescer a unha do dedo mindinho para coçar bem os canais auditivos.
Não querendo tirar o trabalho a ninguém, parece-me que aquela não é bem a vocação dele.

Mas se pensarmos bem, o governo (e por governo digo Ministério quiçá da Educação) até pensou nas coisas a fundo. Os ditos computadores estão a ser entregues a medo, não vão eles por acaso encontrar mais erros. Por isso a demora a responder às inscrições dos papás. Eu acho bem. Não queremos ser rápidos e arranjar uma data de putos a dizer: "Epa, vou aqui organizar as peças para poder contar-las", ou, quem sabe, "Quando o tangram for dito frequentemente ser antigo, sua existência foi somente verificada em 1800" (presente na notícia com o nome "O festival de asneiras do Magalhães", no site clix.expresso.pt, e, obviamente, no Magalhão).

Senhores Ministros, obrigado por direccionarem a educação das nossas crianças para a tecnologia, mas, vá lá, a sério?

Eu sou o homem do meio. Eu não tenho um Magalhães. Até um dia.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Escolhe o bom caminho...

Numa noite segui quem merecia o meu respeito. Alguém a quem eu tinha dado uma segunda oportunidade, embora o desconhecesse. Cego por ver negados os meus receios. Ingenuidade. Esforcei-me por manter alguém junto a mim que já tinha partido há muito.

Naquele momento, pensado por mim como ideal, ficou-me marcada uma frase, que me deixa feliz sempre que por ela me guio, embora tatuada a mágoa. Nas paredes de uma Lisboa vestida de Natal lia-se:
"Escolhe o bom caminho e segue sempre".
E escolhi.
Ainda hoje escolho.
Não olho para trás.
Não me arrependo.
Superei-me todos os dias até chegar onde cheguei. Larguei aquilo que naquela noite tomava como certo para mim.
Não olho para trás.
Tento todos os dias manter perto de mim aqueles que se mostraram dignos da minha confiança. Já partiste há muito.

Naquela noite, mais forte que aquela frase, marcaste-me tu. Foi a penúltima vez que te vi.

Protege todos de ti própria. Eu já o faço.

Para quem aqui leu uma triste história de amor, informo que mais não é que uma triste história de amizade.

Eu sou o homem do meio. Até um dia.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Início de qualquer coisa...

...e nem sei bem o que será.

Muita gente não me conhece na totalidade. Não os censuro nem os culpo. Nem eu me conheço. Mas estou cá todos os dias a fazer o melhor que posso. E sei quem me acompanha, agradeço-lhes por isso, bolas, nem eu consigo viver comigo próprio nalguns dias.

Pelo meio escrevo.

Nos bons dias não preciso de tal terapêutica, nos maus nem vale a pena tentar que só sai treta. No meio é que está a virtude. No meio não me sinto mal de maneira a ter pena de mim e daquilo que vivo. No meio não me sinto bem o suficiente para ter esperanças absurdas e sonhos ridículos. No meio digo-vos quem realmente sou, quem fui e quem espero ser, na frieza da realidade que todos vivemos. No meio escolho o bom caminho, para o seguir. No meio é onde estou agora.

E o meio é bom...o meu meio deixa que haja humor, lamechices, reflexões culturais (ou não), música!!!! e cinema. Admitam...vocês querem um meio destes!

Deste ponto de vista darei o meu melhor, para ser melhor, para me tornar melhor...

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Eu sou o homem no meio. Até um dia.