domingo, 27 de junho de 2010

35.

Conhece-me. Ri-te de mim. Fala comigo. Ri-te comigo. Aproxima-te. Reencontra-me por acaso. Deixa que te reencontre de propósito. Pensa em mim, enquanto eu penso no que "nunca vai acontecer". Abraça-me. Conhece-me melhor. Gosta do que conheces. Por favor, gosta daquilo que conheces. Faz-me merecer-te. Faz-me sofrer. Sorri quando me disseres que o fazes de propósito. E deixa que te beije. Deixa que te conheça. Muda-me. Deixa que tente melhorar a tua vida. Sê a parte boa de tudo o que faço. Mostra-me aquilo de que gostas. Mostra-me sítios que te completam. Deixa que te mostre por onde sonha a minha mente. Habituar-me-ei. Chama-me para que te arrepie. Faz o meu ego crescer só de olhares para mim. Luta comigo. Preocupa-te. Lê nas entrelinhas. Deixa que te ame. Farta-te. Esconde. Afasta-te. Acaba comigo.

Ou deixa que fique preso cinco passos atrás.

o Homem do Meio.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Super-...ups...

Mostrava-se cansado. A sua roupa já não é o que era. O ânimo...nem vê-lo. O excesso de trabalho oferece-lhe nada mais que uma ida mais rápida até ao fim da vida. Entre sirenes ensurdecedoras e holofotes apontados ao céu, torna-se complicado para ele (e por ele quero dizer eu, note-se) manter uma postura saudável. Chamem-me inconstante, mas eu próprio tenho uma pequena multidão de "eus" a lutarem por uma pequena janela de protagonismo, e preciso que alguém lhes ponha ordem. É um trabalho que precisa de concentração. Não foi difícil terminar esta relação, pelo alívio dele e pelo meu. Não por falta de altruísmo, mas agora por um excedente de amor próprio, matei o super-herói que havia em mim.

Instruções para super-vilões no verso,
o Homem do Meio.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Resolute.

Marked by firm determination.

Chove? Faz sol? Está frio? Muito calor? Qual delas a mais perfeita das desculpas. Mas não vamos usar disso, ou vamos?
Ignora o tempo, o dia, o ano.
Ignora a preguiça, a gula, a luxúria e os outros quatro.
Ignora aquilo que te liga ao mundo, já que não vais estar parado o suficiente para te ligares ao chão, sequer.
Usa aquilo que te faça confortável, e não te preocupes com olhares alheios. Alguns saltos para deixar que a roupa se ajuste é tudo aquilo que precisas para ires bem.
E sorri. Goza com os obstáculos. Fá-los perder a força aos teus olhos.
Sabe o teu limite. E se achares que o atingiste, é porque ainda aguentas.
E respira. Mantém a calma. Que não sejas o teu próprio veneno.
Defende o teu caminho. Decide cada passo. Ataca cada metro.
E quando estás a chegar, não importa se estás cansado, dorido, farto; acelera. Dá tudo para o final. Supera-te.

Este sou eu a correr. Porque isso ainda me lembro como se faz.

Fui correr, volto já,
o Homem do Meio.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

E segue sempre...

...por bom caminho.
Só é pena ter andado enganado na frase.
Que se lixe. O sentimento ainda é o mesmo. O homem é que já não.

Até um dia (próximo, esperemos),
o Homem do Meio.