quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sabedoria do Meio

"Se queres dançar, convida uma pessoa.
Se queres que te pisem os pés, convida duas."

Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.

domingo, 26 de abril de 2009

Aquilo que não interessa nem ao Saramago

As nossas vidas podem ser comparadas a um livro sem qualquer tipo de pontuação. Como a mim me custa a acreditar que o livro esteja escrito, vou escrevendo ao mesmo tempo que pontuo. Mas como em tudo, nem sempre seguimos o caminho que devíamos. Ou o caminho que devemos seguir não é o mais proveitoso para nós.

E portanto somos que nem Saramagos quando colocamos os nossos pontos e vírgulas meio por acaso, meio por necessidade. Quantas vezes nos metem à frente um ponto final? Quantas vezes andamos com pontos de interrogação às costas? Eu passo o meu tempo a colocar as vírgulas onde tenho reticências, pontos de exclamação onde existiam interrogações. E, quem sabe, muito a custo, meto alguns pontos finais quando o que eu mais desejava era que por lá ficassem as reticências, que nada acabasse com a frieza do assassínio cometido pela delimitação de uma frase. Detesto finais. Detesto despedidas.

Este fim-de-semana fiz uma loucura, e posso dizer que saltei algumas das minhas páginas em branco para escrever um parágrafo. Porque é isso que todos nós fazemos. Procuramos sobreviver no dia-a-dia para conseguirmos mudar de parágrafo, mudar de vida. Mudar. E talvez consigamos escrever outro. E mais outro.

O meu livro anseia por uma mudança. Por uma mudança de parágrafo. Quem sabe por uma mudança de capítulo. Por agora fico pelas páginas frias do início, onde a personagem principal procura o seu lugar. Procuro escrever para chegar ao parágrafo que escrevi nos últimos dias, e assim obter a linearidade de um romance.

Não temo em deixar nada para trás. Temo sim não ter estrada por onde caminhar. É bom voltar a ter um destino. Se o caminho será difícil ou não, a pontuação o dirá.

Eu sou o Homem Do Meio. A caneta está deste lado. Até um dia.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Código de conduta - Fist Bump (continuação)

De certo que já aconteceu, aos mais entusiastas dos cumprimentos alternativos, usar um High Five numa situação onde algo mais discreto e mais silencioso seria aconselhável. Onde os gestos já transcendem as palavras, e o High Five simplesmente não chega, nem mesmo o mais espalhafatoso. Para tudo isso e mais um carrinho de mão cheio de palha, surge o Fist Bump (Choque de Punhos)! (Ver ilustração no post anterior)

Diferencia-se do anterior por ser um cumprimento especial, diria mesmo de elite, onde dois caramelos(dos bons!) armados em pintas(coloridas!) se congratulam. Serve para todos os propósitos do High Five, mas num nível mais apurado, mais íntimo. O cumprimento dos Deuses. O toque de irmãos. O choque entre dois mundos.

Para evitar a possível confusão entre esta felicitação e as suas variantes usadas pelos ditos "mitras", ficam aqui algumas das aprovadas pelo CUACEC (Comissão para o Uso e Aprovação de Cumprimentos Especiais de Corrida):
- Fist Lock (Fist Bump, seguido de rotação de 90º no sentido dos ponteiros do relógio);
- Mime Fist Lock (Fist Bump, seguido de rotação de 90º no sentido da rotação do segundo interveniente. Bom para pregar uma partidinha. Provoca a repetição compulsiva do cumprimento e risada);
- One Handed Fist Lock (Fist Lock, executado apenas por um dos intervenientes);
- Car Crash Fist Bump (Fist Bump, com contacto apenas em metade do punho. Após contacto, abrir a mão, como em deformação do punho cerrado. Bonito quando usado num grupo restrito. Utilizar com moderação);
- Car Crash Into Truck Fist Bump (Car Crash Fist Bump, executado por apenas um interveniente. Utilizado maioritariamente por acidente, principalmente quando o outro caramelo não está à espera. HEHE);
- Fist Bump To Elbow Bump (o nome diz tudo não?);



Uma adição ao já usado High Five, é que o Fist Bump pode ser usado em qualquer ângulo. De lado, por baixo, atrás, em colherzinha ou até mesmo wireless.

IMPORTANTE!
A execução destes movimentos requer cautela e alguma contenção. O não cumprimento das regras de segurança poderá levar a dedos partidos ou olhos negros.

INFORMAÇÃO LEGAL
No estudo dos cumprimentos anteriormente descritos não se magoaram quaisquer animais, palmas das mãos ou punhos. Todos os intervenientes utilizaram as protecções citadas na lei, tais como cinto de segurança, capacete ou preservativo (pelo menos em alguma altura das suas vidas). Não se toma responsabilidade por quaisquer danos morais ou físicos, advindos do uso irresponsável destes movimentos.

Eu sou o Homem do Meio. SELF FIVE? NOT COOL!!! Até um dia

terça-feira, 21 de abril de 2009

Código de conduta - High Fives!

Nunca é demais usar das boas maneiras e da etiqueta, já dizia a Paula Bobone. E eu agradavelmente subscrevo. Só esta parte. Essa senhora padece de um caso grave de verborreia. Mas enfim, antes isso que andar nos escuteiros.
Todos nós temos a capacidade inata de estender o braço no ar, de mão aberta, de festejo impresso na cara enquanto dizemos "Oh ye!" ou talvez um mais explicito "High Five" com um sotaque digno da personagem Borat. Mas não é isso que nos torna especiais. Oh não! É sim a capacidade de ao fazermos este gesto, contagiarmos a outra pessoa de maneira a que ela faça o mesmo, e bata na nossa mão aberta. É útil, muito mesmo. É muito melhor que dizer à outra pessoa "bom trabalho" ou "estiveste bem". Porquê usar palavras quando as nossas acções dizem tudo, e muito melhor?



O problema é que nem sempre podemos erguer os nossos braços e fazer um serviço de volei na mão da outra pessoa. Dá muito nas vistas. Ou se calhar é muito barulhento. Ou se calhar não chega. Ou, quem sabe, já foi usado anteriormente. Ou talvez já esteja muito visto.
E por isso temos as variantes:
- Low Five (estendemos a mão com a palma virada para cima e esperamos que a outra pessoa bata nela);
- Stealth Low Five (igual ao anterior, mas de uma maneira mais discreta, com a mão mais baixa. Acompanha-se com olhares para os lados, de maneira a não levantar quaisquer suspeitas);
- Dual Handed High Five (mais espalhafatoso. Em vez de uma só serão ambas as extremidades dos membros superiores a tocarem-se de modo completamente louco (WUUHUU!!). Recomenda-se o uso em casos onde um simples High Five não chega.)
- Dual Handed Dual Low Five (igual ao anterior, mas com as mãos em posição de Low Five (ver acima). Após receber o "toque", esperar a inversão das mãos do segundo interveniente, para desta sermos nós a "bater a palma");
- High Five to Inverted High Five (High Five básico, seguido da rotação do braço, em frente e para baixo, sempre esticado, para tocar de novo na mão do segundo interveniente, desta vez ao nível da coxa, estando quase de costas para o mesmo. Recomenda-se algum treino);

Pede-se a utilização mais variada possível, de modo a fazer jus à espectacularidade deste cumprimento.

IMPORTANTE!
Não se deverá deixar o receptor de braço estendido, sem corresponder. De qualquer forma, reserva-se o direito de não o fazer, caso o receptor não o mereça. Ou apenas por maldade.

IMPORTANTE!
Caso seja solicitado, o High Five deverá ser correspondido com vontade, motivação e sentimento. Usem e abusem do balanço. Pode doer, mas é por uma boa causa.

A figura acima ilustra o Fist Bump. Utilização, variantes e nível de espectacularidade num próximo post.

Eu sou o Homem do Meio. HIGH FIVE!. Até um dia.

sábado, 18 de abril de 2009

Fink it up!

Já corrigi esta primeira linha umas 4 vezes. Se isso não ilustra a minha falta de inspiração então não sei. E isso só ajuda esta tortura amordaçada que têm sido os últimos dias.
Muita reflexão, muita revolta, muito balanço, muitas folhas escritas para serem rasgadas do bloco onde pertencem e atiradas para o lixo.
Tudo isto me deixa cada vez mais exausto.

Solução? Nenhuma!
Prescrição? Música! Mas há um problema...

Das centenas de músicas que inundam o meu companheiro de viagens, não me parece haver nada que me ajude. E é aí que começa a minha procura, que nem Indiana Jones em busca da arca perdida.
E no meio de tanta coisa encontrei um antigo companheiro(de viagens pois claro!) que já me ajudou bastante. Deixo aqui uma amostra.



...mas não chega.
De qualquer maneira, o caminho foi traçado. Se tem de ser assim, que o seja. Eu aguento. Já o faço há muito. E estou a ficar bom nisto.

Eu sou o Homem do Meio. Há algum tempo que só ouço os meus próprios passos. Até um dia.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Com que então...

Alto e pára o baile! Foram descobertos os verdadeiros culpados do estado de crise em que vivemos! E não, não é o Sócrates. O José Castelo Branco faz muita porcaria, mas isto não é trabalho de meninas. Vi isto hoje à hora do almoço num telejornal, e passo a explicar:

Temos um casal, a quem vamos chamar Zé do Meio e Maria Entre-os-Coisos.
O Zé trabalha numa fábrica de automóveis.
A Maria é empregada de balcão.
Não têm filhos, muito por causa da falta de jeito do Zé com o seu Zé.
Adiante.
Levam para casa, todos os meses, 1300€.
O mesmo que no ano passado, já que não houve aumentos para ninguem.
Excepto para o patrão.
E para o filho do patrão.
Como não há aumentos, o televisor novo que há muito é cobiçado, fica na loja.
Tal como estes dois caramelos, há por aí muitos mais. E por isso, as vendas de televisores e electrodomésticos descem. A pique.
O dono da loja de electrodomésticos é obrigado a descer os preços.
Com eles desce o lucro.
E o senhor dono da loja de electrodomésticos deixa de ir almoçar fora, e começa a levar o almoço na marmita (por marmita quero dizer um saco ou cesta, badalhocos).
Tal como este merzápio de uma figa, há mais uns quantos que começam a levar na marmita, e por isso os restaurantes começam a ter menos clientes.
O senhor dono do restaurante, armado em menina, e em vez de ir buscar o senhor dos electrodomésticos por uma orelha, começa a baixar os preços e a fazer promoções, do género "coma bifes com natas e ganhe uma congestão grátis" ou "na compra de uma sopa oferecemos a mosca", etc, etc.
Ora como o lucro deste menino Jesus da Baixa da Banheira desce, o carrinho novo que estava a ser mirado há uns mesitos fica no stand. Ah pois é!
E tal como este Callipo de Fralda Suja, há mais uns que começam a andar de comboio, metro, autocarro, penantes, etc. E vendem-se menos carros.
Como se vendem menos carros, a fábrica é obrigada a cortar na produção, e, como é de esperar, no pessoal.
O Zé é despedido.

Moral da história: Se o Zé e os restantes Egas e Becas deste país deixassem de se armar em mariquinhas, e comprassem televisões, leitores de DVD, carros novos, computadores e etc's, em vez de leitinhos e arrozinhos, estávamos nós bem!

Eu sou o Homem do Meio. Comunicação Social? Hospício com eles. Até um dia.

sábado, 11 de abril de 2009

Leis do Pessimismo - Parte 2

Todos os dias acontecem coisas que nos deixam a pensar na razão da sua origem. As Leis do Pessimismo (baptizadas assim por mim) ajudam a explicar, melhor ou pior, muitas dessas coisas. Hoje resolvi partilhar duas delas, a Navalha de Hanlon e o Princípio de Peter.

A Navalha de Hanlon pode ser enunciada como:
"Nunca atribua à malícia aquilo que pode ser adequadamente explicado pela estupidez"

Explica-se sozinha. De certo que já aconteceu cruzarem-se com alguém desagradável. A primeira palavra que vem à cabeça é logo "estúpido(a)", na melhor das hipóteses, claro. De certo que não será "ele(a) foi mau/má para mim". Talvez um "armou-se em parvo", ou, quiçá, "merecia que lhe partisse uma cadeira nas costas"...adiante!

O Princípio de Peter é familiar nos tempos que correm. Enuncia-se da seguinte forma:
"Num sistema hierárquico, todos os funcionários tendem a ser promovidos até ao seu nível de incompetência"

Por estranho que pareça, temos, esporadicamente, uma sala cheia de alguns exemplos vivos desta lei. Mas não vou dizer. Fica para vocês pensarem. Vá, posso dar uma pista. A palavra começa por "M" e acaba em "inistros". Adivinharam?

Eu gostaria de enunciar também uma lei. Será chamada por "Lei Do Meio" e dirá:
Num qualquer círculo social, serão sempre privilegiados os muito bons ou os muito maus. Os altamente medíocres passarão despercebidos."

Isso faz do Homem do Meio um "homem invisível". Dá jeito. De vez em quando. Menos nas casas de banho. Torna-se chato.

Eu sou o Homem Do Meio. Diz que já enuncia leis e tal. Até um dia.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ecos numa sala cheia...

Antigamente eram poucos os dias maus.
Antigamente achava que tudo estava bem.
Antigamente não me sentia melhor junto de quem não conheço.

Agora passo os dias a pensar numa vida que não é a minha, quando costumava pensar só no dia seguinte.

Dei por mim a querer estar sozinho.
Dei por mim a sorrir por obrigação.
Dei por mim a querer demorar a chegar.

E com tudo isto acabo por mostrar alguém que não sou eu. Corro o risco de me tornar alguém de quem nem eu gosto. E é tudo o que eu tenho para dar.

Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Leis do Pessimismo

Como estudante de Engenharia Informática e de Computadores, tenho o privilégio de presenciar fenómenos a atirar para o parvo em quantidades astronómicas, que em mais nenhum curso existem. Será que um aluno de medicina alguma vez ouviu um professor dizer:
"...tira lá isto daqui que não faz falta nenhuma"

Ou quiçá um aluno de enfermagem ouviu qualquer coisa do género:
"...pega nessa ponta de prova e experimenta isso..."

...etc, etc.

Das várias que presenciamos, uma ocorre amiúde. Caracteriza-se da seguinte forma:
(1) Dúvida do aluno (geralmente num trabalho prático);
(2) Sorriso malévolo do docente;
(3) Citação da famosa Lei de Murphy;

E eis que muitos perguntarão: "O que é isso da lei de Murpy?"
Lê-se Murffffffii, e foi primeiramente enunciada pelo engenheiro aeroespacial norte-americano Edward Murphy (Sim, eu uso a Wikipédia), e diz:
"Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resulta em catástrofe ou em consequências indesejáveis, essa será certamente a maneira escolhida por alguém para executá-la"


Poderão identificar a sua ocorrência à distância, ao ouvirem um indivíduo a gritar qualquer coisa começada por F e terminada em "da-se".

Eu sou o Homem do Meio. Eu sinto o senhor Edward a pairar por aqui. Até um dia, se a Lei de Murphy não começar a embirrar para estes lados.

domingo, 5 de abril de 2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Nada melhor que andar de...

...mp3! Sim, eu uso esse aparelho magnífico como meio de transporte.

Seja de carro, de barco, de comboio, de metro, de bicicleta, às cavalitas, arrastado ou pelo meu próprio pé, faço questão de ouvir mais que o arrastar do metal por uns quantos carris, ou de ouvir o meu meio de transporte a dizer que sou pesado. Faço questão de criar uma espécie de simbiose entre aquilo que me move, o meu mp3 e eu. Talvez seja uma simbiose modificada, baptizada já aqui e agora por "Simbiose do Meio", onde o único que sai beneficiado...sou eu.

Mas a verdade é que a música ocupa um lugar importante na minha vida. Cura a tristeza, acalma a ansiedade, ajuda a adormecer, a clarificar ideias, a pensar, a sonhar acordado, aproxima as pessoas, serve como presente, ajuda a levantar a moral a um amigo, e, mais importante, diz tudo aquilo que sentimos quando as palavras não chegam para o exprimir.

(IMPORTANTE: A música proveniente de autores duvidosos, tal como José Castelo Branco, pode provocar efeitos contrários ao esperado. Provoca masoquismo, espancamentos públicos, doenças infecciosas e mergulho em apneia com sapatinhos de cimento. Em caso de dúvida consulte um vendedor ou o site de downloads (LEGAIS...pois claro!) mais próximo.)

Eu sou o homem do meio. Eu troquei as farmácias, a Maya, os chocolates, o álcool e as marretas por um Mp3. Façam o mesmo. Até um dia.