sábado, 25 de setembro de 2010

Como dizer Adeus

Devo ser o maior cliché com pernas deste século. Isso porque, tal como escrito e reescrito em várias narrativas, "não tenho jeito para despedidas". O que dizer? O que raio digo eu para deixar a entidade da qual me despeço com a sensação de que vai fazer falta?

Se calhar começo por relembrar os momentos que passámos juntos. Os quilómetros percorridos. Os saltos partilhados. O voo que nos devolveu o orgulho. Através de terra batida, asfalto, rocha, cimento e, às vezes, até água. Nunca me deixaram mal. Nunca me magoaram. Deram-me força, impulso, coragem, e nunca me fizeram escorregar.

Para aqueles que agora estão confusos, estou a falar de um par de ténis.
o Homem do Meio.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Push & Pull

Quer queiramos, quer não, já todos o fizemos. Trata-se de puxar para nós aqueles de quem gostamos, uns mais perto que outros; e empurrar para longe todas as ameaças. Não por capricho, mas por puro e simples amor próprio, transformado em direito absoluto.

As regras dizem que o direito se estende a todos os intervenientes, e por isso o puxar ganha uma nova complexidade. Agora (e como sempre) trata-se de puxar e esperar que do outro lado o façam também. Esperar que não nos queiram afastar. Que seja mútuo.

Eu fiz por puxar. E reconheço que inconscientemente também empurrei muito. Poucas foram as vezes que deixei que me puxassem a mim. Não por vontade própria. Mas por força da insegurança. Receios.

O prazer está em ser-se dinâmico. Incauto. Inconsciente e irresponsável. Puxar, empurrar, deixar que nos puxem, não ter medo de ser empurrado.

No fim, eu puxei, e tu puxaste também.
o Homem do Meio.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Homem do Meio, 2º Capítulo

Este post não serve para nada mais do que marcar. Para alguém que leia este blog do princípio perceba que aquilo que até aqui se escreveu é, ao mesmo tempo, dependente e independente daquilo que a partir de agora se irá escrever. Aqui se assinala uma mudança, não por ter acontecido agora, mas por ser notória. Porque as mudanças não acontecem. Vão acontecendo. E esta, por ser tão abrangente, tem repercussões a todos os níveis.

E por isso permitam-me redefinir o Homem do Meio. Se antes era "do Meio" por ser medíocre, sem extremismos, agora quero que seja algo diferente. Porque já não se trata de estar do lado de fora a olhar para o interior, agora é "do Meio", por estar no meio da acção, da festa, da vida. Por ser a regra, e não a excepção.

É agora que o escrever deixa de ser um queixume, uma bola anti-stress, para ser um prazer partilhar com alguém as minhas ideias, mais ou menos decoradas na escrita.

Hoje e até um dia, renovado,
o Homem do Meio.