segunda-feira, 25 de abril de 2011
The Ignorant Bliss Of Sun And Moon
É por estas coisas que eu adoro os "film festivals",
o Homem do Meio
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Skid marks
É certo que vamos passar os nossos dias num traçado montanhoso, com curvas e contra-curvas, de fraca visibilidade e de largura reduzida. Cada curva, cada recta é negociada com a velocidade, ângulo, traçado, cada vez mais rápido, cada vez mais confiante.
Chegamos a uma curva fechada, reduzimos a velocidade e preparamos para apontar a caixa para uma ou duas relações mais abaixo. O pavimento não era o que esperávamos, calculámos mal a velocidade, virámos de mais... damos por nós a perder o controlo. Damos por nós a subvirar, com velocidade a mais e atrito a menos, perigosamente perto do rail. O nosso coração dispara, preparado a levar a adrenalina a todo o lado. A nossa percepção do tempo perde-se e começamos a pensar, não no que pode acontecer, mas no que não queremos que aconteça. Soluções. Ideias.
Sim, perdemos o controlo. E nem sempre é por arriscar em excesso, mas por falta de risco em situações anteriores. Abusar dos limites que conhecemos é destruí-los, e fazer novos um pouco mais além. É conhecer melhor as próximas curvas, é conhecer a temperatura ideal dos travões, o rasto dos pneus, a potência do motor. A potência...
Largamos o travão, libertamos a direcção um pouco, e voltamos a ter algum controlo no sentido que tomamos. Esmagamos o acelerador em 2ª e sentimos a traseira a chicotear, arrastada pela frente. O tempo volta ao formato original, a nossa visão perde o foco, o coração bate para fora do peito. Damos pela respiração que não sabíamos estar ofegante. Seguimos caminho, mais devagar, mais desajeitados.
Vamos voltar a arriscar, claro. Vamos voltar a testar a veracidade dos nossos limites. Vamos chegar a perder o controlo para termos o prazer de o ganharmos de novo. Quando chegarmos ao final, vamos ter pena que tenha acabado...
...mas foi uma viagem do caraças,
o Homem do Meio.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Cura
Os sintomas são claros e mesmo antes de aparecerem já tens a suspeita da carga que trazem.
Começa pela agitação. As ideias que correm na tua mente, as linhas de pensamento, as frases que tomam forma.
Segue-se o aperto do estômago, quando tudo parece estar alinhado, princípio, meio, fim. Ganhas a percepção que algo se está a formar e até a sensação de estranheza face a esta inusitada definição de espírito.
Depois vem o medo que te fuja a concentração, o raciocínio. Por serem raros momentos como estes não te dás ao luxo de deixar que passe sem retirares proveito e assim se segue a urgência de o tornares permanente, de lhe dares fisicalidade.
Sentas-te. Agarrado à caneta, ao papel, está na hora de libertares parte do veneno que te corre nas veias e te trouxe a este estado de graça. Chega a altura de deixares que esses fantasmas assombrem paragens onde a tinta se une com o papel. Quem sabe, onde as letras ganham brilho até.
Pelo menos até amanha,
o Homem do Meio.
sábado, 2 de abril de 2011
Conheces?
Sabes quem eu sou? Conheces a minha história? Sabes do que tenho saudades? Sabes como me sinto quando caminho para casa? Sabes a primeira coisa que faço quando me levanto e a última antes de me deitar? Conheces a música que ouço? Os livros que me rodeiam? Os filmes que me fazem companhia?
Sabes o quanto mudei? O que penso do passado? O que espero do futuro? Conheces os meus amigos? Talvez de nome?
Conheces os sítios onde vou? Aqueles que me preenchem?
Conheces as linhas da minha cara? As minhas cicatrizes?
Conheces os contornos da minha letra?
Tudo isto é supérfluo, mas a lista podia perfeitamente continuar. Há muitas mais perguntas a fazer. Falha-nos o propósito. A pergunta verdadeiramente importante é apenas uma, e diz tudo aquilo que preciso de saber:
Estás disposta a descobrir?
De Janeiro de 2010, acabado em Abril de 2011,
o Homem do Meio.
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