De vez em quando dói. E dói a sério. Magoa, marca, traumatiza. E deixamos que tudo passe, ou tentamos que assim aconteça.
Sempre? Não.
E se aquilo que nos magoa é algo de que realmente gostamos? E se aquela dor é a ultima lembrança depois de tanto aconchego, nem que tenha sido em incerteza?
Isolamo-nos, enrolamo-nos, ignoramos e sofremos. No canto mais escuro, com a melodia mais lenta, com as melhores memórias em mente. Queremos paz, queremos sossego. Fechamos os olhos para nos podermos concentrar nela, na dor, enquanto deixamos que nos leve, nos encante, nos envolva, sem resistência, sem qualquer luta.
Enquanto assim for, não acabou. Fazemos o maior dos esforços para trazer só mais um bocadinho daquele sonho acordado, do bem-estar, é a mágoa que nos prolonga o que é bom. O que o foi. Até que genuinamente saia da nossa vida.
Porque o que realmente dói, do que temos verdadeiro medo, é que um dia acordemos e já não doa. Já nada signifique. E não podemos deixar que isso aconteça, não é?
E se um dia acordares e ainda sentires a mágoa, sem saberes porquê?
Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.
E se um dia acordares e ainda sentires a mágoa, sem saberes porquê?
Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.
1 comentário:
o que nos magoa, também nos torna mais fortes, e é isso que tem que tirar da situação, o resto é deixar no canto obscuro do nosso cérebro e rezar para que não tenhamos que la voltar.
abraços Middles
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