segunda-feira, 29 de junho de 2009

Hoje choveu melancolia


"...life is not a fairytale. They should know that life is real..."
- Ayo - Life Is Real

A primeira coisa que ouvi hoje não foi o despertador, nem as vozes na minha própria casa. Foi a chuva a cair.
Porque no Verão também chove.

Nunca soube porquê, nem desde quando, mas gosto de andar à chuva. Sorrio. Um sorriso torto, como aqueles que seguem um encolher de ombros. Não porque é engraçado, ou porque sabe bem.

Bastam 20 minutos de chuva e perdem-se casas, o trabalho de uma vida ou um amor de sempre. E enquanto chove eu sorrio. Não me tomo por sádico. Só acho este sentimento de segurança, que a maioria de nós partilha, injusto e errado. É mais um sorriso de consentimento. Quando chove estou desprotegido. Deixo-me atingir. Não corro. Não fujo. Sigo o meu caminho. Lembro-me daquilo que perdi. Lembro-me da força que tive, que tenho. Lembro-me de dar importância às coisas pequenas, aquelas que tomamos como certas. É o choque da realidade que tão bem me faz. É o regressar a uma humildade perdida.

Eu sou o Homem do Meio.
Hoje foi o dia em que saí de casa com perfeita consciência de que estava a chover, e nem por isso levei o chapéu.
Até um dia.

sábado, 27 de junho de 2009

Aquilo que faltava

“…I’ll be the man in the middle darling, the man in the middle of the mess…”
- Crosby Loggins – Man In the Middle


A tua pergunta fez-me pensar. Bastante, até.

Acho que posso começar por dizer que a ideia de criar este espaço nem foi minha, partiu de um sentimento oblativo. Naquilo que eu espero ter sido uma reacção reflexa da minha humildade, duvidei. Do meu valor. Do interesse das minhas palavras. É óbvio que enquanto tudo isto decorria eu estava abraçado à minha música. Quis eu (não querendo culpar o destino, terei de culpar alguém) que o título da escolhida fosse “Man In The Middle”. E, claro, daí surgiu um nome.

Nome escolhido, meio caminho andado. Agora faltava ter vontade de escrever, ou, quem sabe, descobri-la. Ainda meio a medo, fui escrevendo um primeiro post. Escrever e apagar. Escrever e apagar. Até que tudo começou a fazer um certo sentido.

A verdade mais flagrante na minha vida é esta mediocridade. Esta vontade de nunca esperar de mais, nem nunca me esforçar de menos. Ser este derrotista com aspirações a vencedor. Ser o homem invisível que sonha com um reflexo ao espelho. O coração partido e silencioso que sonha com um romance. De qualquer forma não espero ser assim durante muito tempo. E este estranho contentamento é apenas uma faceta desta figura.

O Homem do Meio não sou eu. E ao mesmo tempo serei. É aquele que eu deveria ser. Ou que espero vir a ser. O equilíbrio perfeito mas cambaleante entre o altruísmo e o egoísmo. Estar entre os problemas e aqueles que os têm. Manter a distância enquanto estamos para dar o apoio necessário. Inspirar. Contagiar. Nenhum homem sozinho consegue mudar o mundo, mas é o que basta para começar.

O Homem do Meio é uma ideia. O Homem do Meio é uma máscara. De qualquer maneira…

Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Clássicos do meio - Parte 2

"...you don't know what you've got till it's gone..."
- Couting Crows ft. Vanessa Carlton - Big Yellow Taxi

Palavras para quê? Uma das minhas favoritas...



Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.

domingo, 21 de junho de 2009

Melodia iLda.

"I was a killer, was the best they'd ever seen
I'd take your heart before you ever heard a thing
I'm an assassin and I had a job to do
Little did I know that girl was an assassin, too..."
- John Mayer - http://www.johnmayer.com/battlestudies/

Música.
Sempre a mesma coisa.
Apaixonamo-nos a ouvi-la.
Usamo-la como vitamina, calmante ou antidepressivo.
É o nosso transporte até ao sonhar acordado.
A nossa própria e especial marca de whisky.
A melhor de todas as drogas.
Serve como desbloqueador de conversa.
A caixa de lápis de cera que usamos para pôr alguma cor nos nossos dias.
Mas é muito mais.
E neste momento o problema é dizer o que realmente é.
Não há palavras que, sozinhas, traduzam na totalidade aquilo que o seu portador quer transmitir. E daí vem a música. A mais completa das mensagens.
Eu próprio podia juntar a este post uma melodia, e talvez chegasse perto daquilo que quero fazer passar. Mas não sou lá grande músico. Nem grande nem pequeno, não sou.
Sou o espectador que nunca conseguiu ser o atleta. Estou a assistir do lado de fora.

O bichinho continua lá. E é a acompanhar artistas como John Mayer, com um grande talento, que a vontade cresce, de explorar mais, de transmitir mais, de criar mais. De ser mais.

Espero com muita ansiedade o lançamento do novo álbum, cuja gravação e criação podem acompanhar no seu blog, com o link cinco linhas acima.

Eu sou o Homem do Meio. (Solo de guitarra). Até um dia.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Eu tenho dois amores...

Que são:

1º - A mobilidade em Lisboa;
2º - O uso frequente da ironia;

Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.

domingo, 14 de junho de 2009

Driven...

I can be nobody,
Driving like I’m not even there,
Staring down yesterday,
Smiling like I don’t really care.

Or I can be everything,
Taking that road to someplace,
Talking to someone,
Distracted by a familiar face…

Everyday’s the same,
Same road, same speed,
Going places I don’t want,
Having feelings I don’t need

Have you ever felt driven,
By that life you live?
It’s like slipping in the snow
Living things I don’t know

Please, let me choose.
Between hard lived loneliness,
Or a bunch of shared memories,
I’ll take that exit to happiness.

If I ever have to be alone
With everything I can be
I have my place on the road
But please…

Eu sou o Homem do Meio. Vou-me fazer à estrada. Até um dia.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Clássicos do Meio

Não são precisas palavras quando uma música se explica assim tão bem.
Basta só dizer que esta música, entre outras do mesmo artista, têm feito parte da banda sonora do Meio. E que bela companhia têm sido.

Deixo-vos com Eagle Eye Cherry - Are You Still Having Fun.




Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Quase um ano...

"Ooooo babe,
Dont leave me now.
Dont say its the end of the road..."
- Pink Floyd - Don't Leave Me Now

Quem diria, que ainda estaríamos juntos. Que ainda serias minha. Que ainda farias parte da minha vida.
Talvez fosses mais feliz com outra pessoa. Com alguém que pudesse passar mais tempo contigo, que pudesse partilhar mais.
Eu sei que um dia isto vai acabar. Ambos seguiremos o nosso caminho. Mas enquanto isso não acontece queria que soubesses o quanto gosto de ti. Podes não ser a mais bonita e ágil, podes não vestir roupa brilhante e em bom estado, podes até ser preguiçosa. Mas estás do meu lado quando preciso de ti, e nunca me falhaste.
Um obrigado meu é pouco para agradecer o que tens feito, a importância que tens tido na minha vida.
Queria também pedir-te que pensasses nos momentos bons que temos tido, e que protegesses isso no tempo que ainda nos resta juntos, que pusesses um travão nos nossos problemas.

...E já agora, que comeces a consumir menos, que pares quando quero, e que deixes de espelhar o teu mau feitio na embraiagem. Não te fica bem ires a baixo nas minhas mãos.
Ah! Quando quiseres amuar por eu te tirar de casa num dia de chuva, faz de outra maneira que não seja o escorregares em direcção a uma carrinha. Para a próxima aleijas-te.

Espero que saibas o quanto te adoro.

Eu sou o Homem do Meio. Apanhei-vos não foi? Até um dia.

domingo, 7 de junho de 2009

Decisões

A wise man makes his own decisions, an ignorant man follows public opinion
- Ditado chinês

Dizem que o melhor esconderijo é aquele debaixo do nariz de quem procura. Aquilo que os ditados chineses fazem, tal como a sua filosofia, é colocar a descoberto as mais flagrantes das verdades. E é por isso que sempre fui um grande fã do pensamento deste povo. Da sua cultura. Conseguem colocar as coisas mais simples num plano cheio de beleza e raciocínios acutilantes.

Já falei várias vezes na procura pelo caminho certo, pelo "bom combate", pelo trilho justo. E posso dizer também que estes ditados funcionam como um mapa. Como um indicador que nos mostra a saída. Fazem-nos lembrar as pequenas coisas que esquecemos. Fazem-nos pensar, ver com a mente, quando as emoções nos cegam.

Tal como o ditado que escolhi como introdução para este post, a maioria deles fala, ou insinua, sobre a importância de tomarmos as rédeas da nossa vida. Tomarmos as nossas próprias decisões. Quem não o fizer agora, dificilmente deixará de andar pelas pegadas dos outros.

Não há nenhum destino sem ser aquele que nós fazemos.

Eu sou o Homem do Meio. lín bié zèng yán. Até um dia.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Os passos largos da vida

Tudo acontece tão rápido.
Com um piscar de olhos tudo se transforma.
Parece que foi ontem que te vi num dos palcos que tu tanto amas.
Parece que foi ontem que te vi a dançar.
Parece que foi ontem a nossa última briga.

Ainda não há uma hora te tinha dito que não sabia o que escrever. E tu sabes o quanto custa. É sempre neste bocado, só meu, onde me junto à minha música e aos pensamentos, aos balanços dos dias à medida que passam, à nostalgia, que me lembro do que realmente importa. E tu importas. Sempre importaste. Quer queiras quer não, isso faz parte da tua profissão. Ser importante para mim.

Porque tu entendes aquilo que eu preciso que alguém entenda. Porque já passaste pelo mesmo. Porque estás lá, mesmo quando eu não me lembro. Porque ainda me vais ver tão feliz como tu estás agora. E porque vais fazer parte disso.

Podem achar lamechas, despropositado, ou exagerado. Eu chamo necessário. Este espaço serve para eu dizer aquilo que precisa de ser dito, quando não consigo que a minha boca, os meus olhos ou as minhas acções o façam. E já estava na hora de teres um bocadinho só para ti.

Recebe isto como um elogio. Uma homenagem. Pode até mesmo ser a tua prenda de casamento. Posso não ter os fundos, mas tenho os meios, não é?

Para uma das minhas Mulheres do Meio, a minha irmã...

Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.