domingo, 27 de dezembro de 2009

Acordar difícil

Quando menos esperamos, a nossa mente prega-nos partidas. Consegue, até, ser cruel. E logo na altura em que estamos mais vulneráveis. Enquanto dormimos.
Falo, claro, dos sonhos. Não daqueles em que somos perseguidos por uma torradeira com pernas e ao acordar nem nos lembramos. Falo daqueles que nos enganam mesmo bem. Onde tudo o que desejamos nos é entregue de bandeja, onde somos felizes e despreocupados. Tudo se mostra numa realidade inquestionável, talvez pela embriaguez de sentimentos, e por ser assim nunca pensamos no seu final.

Mas entretanto acordamos. Basta a percepção de estarmos ainda deitados para sermos sugados de novo para a verdade. E com o choque, a desilusão, vem a rápida troca entre a felicidade extrema e o desespero. A vontade de regressar. O aperto no coração.

Demora até conseguirmos respirar de novo. Até tudo passar. Mas rapidamente ultrapassamos tudo para seguirmos em frente. E assim o é porque não houve luta, não houve esperança, não houve purgatório entre estados. Ora felicidade, ora tristeza. A frieza com que tudo nos é dado e tirado faz com que nada do que sentimos naquele momento nos atormente.

Concluo então que os sentimentos tornam tudo real, mas é o meio, o limbo, a transição que realmente nos marca, que realmente nos fere.

Eu sou o Homem do Meio. Até um dia.

4 comentários:

Baltazar disse...

os sonhos mostram-nos os extremos, as situaçoes de felicidade maxima onde conseguimos as coisas que queremos e as situaçoes más, que sao aqueles pesadelos que mais valia nao dormirmos, e quando acordamos percebemos que na realidade estamos no meio dessa duas situaçoes e com isso percebemos que todo nós somos uns homens do meio ;)

P.s.-espero bem que nao tenhas feito este post so por causa de um sonho molhado xD xD xD

abraços Middles

Anónimo disse...

Baltazar: intervais, pogramas que chamam-se nao sei o que

Ricardo

Maudie Esperanza disse...

Que boa caracterização. É isso mesmo, aqueles milésimos de segundos em que pestanejamos e percebemos que afinal estávamos a sonhar. E aquele breve tempo em que, depois de acordados, tentamos lembrarmo-nos do sonho que tivemos, só para, talvez, vivê-lo mais um bocadinho.
A nossa mente prega-nos com cada partida ;)

Dioguinho disse...

Eu também sonhei contigo Diogo, foi bom não foi? ;)