Imaginem:
Fecharem os olhos e não conseguirem ouvir nada sem ser água a correr por entre as pedras e as folhas das árvores a sussurrarem.
Deixarem os braços cair ao longo do corpo e sentirem nada mais que uma gentil brisa.
Permitirem que mesmo no pior dos vossos dias apareça um sorriso, como que a dizer que tudo vai melhorar.
E ao abrirem os olhos vão ver quão maravilhosa a natureza pode ser. Vão sentir o quão pequenos somos quando comparados com a grandeza de tal paisagem. O pôr-do-sol ilumina a rocha nua ao fim da tarde, ao mesmo tempo que se reflecte na água.
É tudo tão natural, tão intocável. É lá quem o Homem do Meio se deixa absorver, comover, maravilhar.
É lá que os nossos pensamentos são tão claros como a água. As nossas conclusões tão velozes como o vento. As nossas certezas tão certas como cada folha presa a cada árvore.
Aquela pode não ser a minha casa. Mas de certeza que o meu Homem do Meio nasceu lá. Em cada gota de água. Em cada pedra. Em cada flor. Em cada grão de areia do rio. Tudo nos impele a sermos mais e melhor. E é por isso que eu gosto de lá voltar. É por isso que me sinto em casa quando lá estou. Parte de mim está mesmo.
Muito de bom já lá se passou. Algumas coisas más. Muitas decisões foram tomadas. Não sei o que o futuro me reserva. Mas sei que passa por lá.
Eu sou o Homem do Meio. Eu tenho o meu retiro. Até um dia.
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